Esse é o primeiro texto da série de textos do blog, intitulado “QUEM?”.
Sabemos da importância do batismo. É uma expressão externa do nosso casamento com Jesus. É uma festa, uma comemoração da nossa união espiritual com Cristo. De fato, o batismo deve ser realizado depois da fé no Evangelho (Mateus 28:19).
Agora, sobre essa poderosa festa de comemoração, que expressa nossa fé no Senhor Jesus, quem pode realizá-la? Alguns irão responder que apenas os pastores, ministros devidamente ordenados, podem realizá-la. Há aqueles que acreditam que cristãos em cargos importantes podem batizar.
Embora sejam opiniões majoritárias no nosso meio, acabam diluindo a beleza do chamado Evangelístico. A verdade do Evangelho é que todos os cristãos podem batizar. Sem exceções.
É duro de ler isso? Sinto muito, mas é Graça.
Existem várias formas de provarmos isso na Escritura.
Por exemplo, quando lemos nas cartas de Paulo descrições de como deveria ser o presbítero (bispo/pastor), não encontramos nenhuma menção a batismo, ou a uma preparação para fazer essa atividade (Tito 1:6-11; 1 Timóteo 3:1-6:10; 1 Timóteo 5:17-19). Se o batismo fosse restrito aos líderes, Paulo não teria descrito isso com clareza?
Outro ponto, que deixa muitos sem explicação, é que nos Evangelhos todos os discípulos de Jesus podiam batizar. Se falarmos dos “doze” ou dos “apóstolos” sabemos que se refere aos doze. Porém, “discípulos” se refere a todos os que creram em Jesus e que seguem o Evangelho. Até José de Arimateia foi chamado de discípulo (Mateus 27:57).
Um argumento ainda mais forte é encontrado na declaração de Paulo de 1 Coríntios 1:14-17. Nesse texto Paulo afirma que foi chamado para pregar o Evangelho, não para batizar. Ele agradece a Deus por ter batizado poucas pessoas. Se o ato de batizar é um dever somente dos líderes, por que Paulo batizou poucas pessoas? Por que ele diz que Deus não o chamou para batizar?
Também temos o exemplo de Filipe que batizou os samaritanos e o eunuco. Quando isso aconteceu, Filipe era apenas um discípulo (Atos 8:12; 35-38). Também temos o exemplo de Ananias, um discípulo, que batizou o próprio apóstolo Paulo (Atos 9:18)!
Esses exemplos nos dão luz para entender que o batismo pode ser realizado por todo cristão. Cristãos cheios de jejum, e cristãos com pouco jejum. Pastores e discípulos. Senhores e jovens. Não depende da idade, méritos ou posição. Aqui percebo como o ato de batizar é Graça.
O batismo é Graça para o que está sendo batizado, mas também Graça para o que está batizando. É uma honra imensurável para aquele que batiza, pois está participando da expressão do novo nascimento. Ele está participando ativamente da comemoração da regeneração.
É uma Graça que todos podemos participar
É interessante que os cristãos, na igreja primitiva, tinham a tendência de batizar as mesmas pessoas que eles pregavam. Em Marcos 16:16 vemos a ordem de: pregação – fé – batismo. E no Evangelho de Mateus lemos:
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. (Mateus 28:19)
Veja, batizar aqueles que eles discipularam! Vemos isso acontecendo em muitos casos no NT. Filipe pregou para o eunuco e depois o batizou (Atos 8:36-38). É curioso que o próprio Eunuco diz: “Eis aqui água, que impede que eu seja batizado?” Paulo pregou para o carcereiro e depois batizou ele e sua família (Atos 16:30-34). Ananias pregou e profetizou para Paulo e logo em seguida o batizou (Atos 9:17-18).
Se eu soubesse disso antes, meu pai e minha mãe teriam me batizado! Na época, fui batizado por dois pastores. É claro, sou grato a eles por isso.
O batismo nas águas é uma prática que proclama o novo nascimento do crente. Todos os que creem em Jesus, isto é, todos os cristãos podem batizar. Essa é uma dádiva de Deus a todos nós.
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